LÍQUIDOS PENETRANTES |
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Para
identificação de fissuração superficial e identações usa-se um tipo de END
denominado "Líquidos Penetrantes" (na linguagem anglo-saxónica
designado por "Dye Check", "Dye Penetrant" ou também
"Fluorescent Particles Inspection" ou FPI).
A
mecânica em que se baseia este END consiste no preenchimento da fissura
existente por um líquido de elevada capilaridade e baixa tensão superficial e
viscosidade a que é adicionado um corante para contraste (normal ou
fluorescente).
O
método faz intervir quatro elementos fundamentais: o líquido penetrante, o líquido
removedor ou de limpeza; o revelador e o iluminador.
O
líquido penetrante (que é sempre colorido e uma variante usa cores
fluorescentes) é projectado na superfície a avaliar, no caso de equipamento
portátil, ou o componente é totalmente imerso num tanque contendo o líquido
penetrante, se se trata duma instalação fixa de produção em série. Em
qualquer dos casos, o líquido penetrante é sempre aplicado em excesso. De
seguida aguarda-se algum tempo para se efectuar a penetração do líquido no
interior das eventuais fissuras ou identações superficiais existentes.
A
fase seguinte consiste em projectar a superfície em avaliação por um líquido
removedor ou de limpeza (se se trata de equipamento portátil) ou imergir o
componente num tanque contendo esse líquido. Nesta fase, todo o penetrante
excedente é removido, permanecendo, apenas, aquele que penetrou nas fissuras
(pressupondo alguma profundidade e largura inferior na ordem de fracções do
milímetro) e que não se torna imediatamente visível. Nesta fase não é ainda
possível identificarem-se as eventuais anomalias.
A
fase seguinte consiste em polvilhar a superfície em avaliação por um pó
branco (tipo pó de talco), designado por revelador, cuja função é a de
absorver o penetrante residual alojado no fundo das eventuais fissuras (numa acção
semelhante ao que se passa com o papel designado por "mata-borrão").
A
última fase é a de observação. Esta fase pode realizar-se de duas formas
distintas. Através duma observação visual directa sob a luz branca normal se
se trata de coloração normal. Neste caso e na presença de fissuração,
ver-se-ão riscos e linhas quebradas da cor do penetrante. Nesta altura o
conhecimento e a experiência do executante ou do intérprete serão
fundamentais para distinguir que riscos correspondem a defeitos significativos a
que é necessário prestar atenção. Este método não é autorizado pela
maioria das autoridades aeronáuticas para avaliação de componentes aeronáuticos.
A
outra forma de observação, pressupõe o uso de penetrantes fluorescentes que
se "iluminam" quando lhes incide luz ultra-violeta (designada por
"luz negra"). Da mesma forma que a anterior técnica, também serão
visíveis vários riscos e de entre estes alguns apresentando uma orientação
preferencial (denunciando a presença de fissuras). Todavia, esta observação
sob luz ultra-violeta terá que se realizar num ambiente escuro, no interior
duma cabina designada "câmara escura".
Apesar de bastante prático e de fácil execução, este END apenas detecta fissuras pouco profundas e de largura apreciável (em termos relativos ao padrão de dimensões normalmente apresentados pelas fissuras). Para fissuras superficiais mais profundas ou de largura muito estreita (onde normalmente os líquidos não penetram) ou onde o acabamento superficial, pela rugosidade apresentada, não favorece a observação da revelação, são usados outros métodos de END, como a "magnetoscopia" ou as "correntes induzidas".