OGMA - AS CONTRADIÇÕES DUMA DÉCADA
Topo desta página HOME Fim desta página
Índice | seguinte - ANTECEDENTES
INTRODUÇÃO
A
actividade aeronáutica em Portugal tem-se circunscrito, ao longo dos últimos
anos, à actividade da Marinha e Força Aérea Portuguesa (FAP) (de carácter
militar), da TAP, de aeroclubes e de alguns particulares, no que se refere às
operações aéreas, e da OGMA, no que se refere à actividade de manutenção (embora
a TAP também tenha desenvolvido, desde sempre, uma actividade de manutenção,
comparável à da OGMA).
As
actividades de manutenção da TAP, como da OGMA, sempre constituíram um exercício
predominantemente doméstico, em virtude de apoiarem, essencialmente, entidades
nacionais, a que se encontravam associadas, institucionalmente.
As
operações aéreas, excluindo as de natureza militar, sempre se consideraram
voltadas para o exterior (no caso da TAP) e de recreio ou de apoio a pequenas
actividades (incluindo o transporte privado), contudo, sem grande significado.
Este
pressuposto indicia, desde logo, uma actividade aeronáutica de pequena expressão,
pelo que o país e os responsáveis nacionais nunca se mobilizaram em torno de
qualquer necessidade e iniciativa que despoletasse o desenvolvimento duma maior
actividade e, que, em consequência, fomentasse o aparecimento e desenvolvimento
de competências nacionais, quer do ponto de vista industrial quer universitário
(embora tenham decorrido algumas iniciativas de carácter pouco duradouro do
ponto de vista de formação superior, consubstanciadas através duma
licenciatura em engenharia aeronáutica, nos anos sessenta).
O
fraco desenvolvimento económico das regiões e das populações, as reduzidas
dimensões do país e a forma como os grandes centros se encontram polarizados,
em torno de quatro ou cinco cidades principais, no litoral, desincentivaram o
desenvolvimento duma rede doméstica de transportes aéreos, inibindo, assim, as
iniciativas de maior actividade neste sector.
Sendo
uma área que implica elevados investimentos e aliado à natureza precária dos
projectos, entretanto, iniciados, o sector nunca viu creditados quaisquer
interesses no seu desenvolvimento, pelo que se quedou por uma expectativa
anunciada mas nunca concretizada.
Apesar
de algumas tentativas de criação de novas empresas de transporte, a existência
das mesmas foi efémera. Desse movimento, ficaram a Portugália Airlines (representando
uma história de sucesso, pelo seu alinhamento no segmento de transporte
regional), a SATA (nos Açores) nas operações aéreas e a Aerocondor (representando
as iniciativas do pólo do aeródromo de Tires), também, em operações aéreas,
numa escola de pilotagem e numa actividade de manutenção sem expressão.
Entretanto, em Coimbra, desenvolveu-se uma empresa denominada IAC - Indústrias
Aeronáuticas de Coimbra, que pretende firmar-se na manutenção de aeronaves
ligeiras, essencialmente de apoio aos aeroclubes e às actividades de recreio,
desporto e privadas.
É
neste cenário que se tem desenrolado a actividade aeronáutica em Portugal. Os
grandes "motores" desta actividade têm sido os ex-quadros da FAP, da TAP
e da OGMA, enquanto, dinamizadores e propagadores de experiências próprias. No
entanto, as iniciativas rareiam, numa evidente atitude de prudência e
expectativa.
Agosto 1999
Índice | seguinte - ANTECEDENTES
NOTA
Desde a realização deste estudo (Agosto 1999) até à data actual, ocorreram na OGMA, SA importantes alterações organizativas e estratégicas que, a par da modificação das circunstâncias condicionantes, terão conduzido a empresa a uma situação não necessariamente identificável com as premissas deste estudo. Esse facto, poderá justificar uma significativa divergência entre as conclusões do mesmo e as acções em curso para o sector.
|
Ler o Livro de Visitas Assinar o Livro de Visitas Preencher Inquérito |