OGMA - AS CONTRADIÇÕES DUMA DÉCADA
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SITUAÇÃO ACTUAL
À
data de elaboração deste documento,
a OGMA constitui-se como uma empresa do sector de reparação e manutenção
aeronáutica, só comparável, em termos nacionais, à actual estrutura de
manutenção da TAP. A capacidade que possui deriva da capacidade instalada
durante as décadas de setenta e oitenta, exclusivamente para apoio às frotas
da FAP (embora tenha desenvolvido alguma capacidade de apoio a aeronaves
ligeiras).
Com
uma estrutura pesada e pouco agilizada, apresentando-se com uma
postura habituada a responder a solicitações militares e pouco preparada a
reagir perante solicitações de índole comercial, a OGMA está pouco adaptada para
sobreviver na arena comercial da aviação civil,
sem que, entretanto, proceda a significativas mudanças estruturais.
A
nova organização político-militar e geoestratégica mundial, veio reduzir
drasticamente as operações militares. Este facto tem-se reflectido na diminuição
dos orçamentos de defesa que, por sua vez, reduzem as acções de manutenção,
por parte das FAs. Desta forma, a procura de manutenção por parte das FAs
internacionais (sobretudo europeias e norte-americanas) reduziu-se, tornando mais
complicada a tarefa da OGMA.
Na
sequência da sua actividade anterior, primariamente orientada para preencher
alguma sobrecapacidade existente, a OGMA procurou responder a qualquer tipo de
trabalho, não exercendo uma postura selectiva, na escolha de trabalhos mais
rentáveis ou de maior alcance estratégico. Esta atitude veio a acentuar a
excessiva dependência da OGMA relativamente ao tipo de aeronaves e equipamentos
em utilização pela FAP, delimitando, assim, a capacidade de oferta disponível.
Por
outro lado, a dinâmica de fusões e parcerias internacionais entre empresas
congéneres, entre fabricantes aeronáuticos e operadores aéreos, tem moldado a
estrutura e actividade das empresas de manutenção e reparação aeronáutica
(internacionalmente designada por MRO), obrigando a sucessivas reestruturações
e à revisão das estratégias de negócio.
Assim,
a OGMA sofre, hoje, as consequências de anteriores decisões e duma conjuntura internacional,
político-económica desfavorável,
onde a oferta global de MRO supera a procura e a empresa se encontra
inadequadamente estruturada para vencer nesse novo cenário. Além disso, para
além da FAP e alguns operadores de aeronaves ligeiras, a dimensão do panorama
aeronáutico nacional, não é suficiente para preencher a capacidade de oferta
de MRO, por parte da OGMA, nem, tão pouco, parece ser essa a orientação
actual da empresa.
Desta forma, a OGMA permitiu-se ficar na dependência das necessidades de manutenção das entidades nacionais, com clara predominância das necessidades da FAP. Assim, quaisquer restrições no orçamento de defesa, com implicação directa no orçamento disponível para as acções de manutenção ou perante a intervenção de outras entidades congéneres alternativas, darão origem a um impacte negativo na actividade da OGMA (mais acentuado numas áreas que noutras) de elevada expressão. A demonstrá-lo estão as variações do volume de vendas da OGMA para a FAP, que se situavam na ordem dos 70% no início da década de 90, e quase se inverteram no final da mesma década, por decréscimo das solicitações da FAP. (continua)
Agosto 1999
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NOTA
Desde a realização deste estudo (Agosto 1999) até à data actual, ocorreram na OGMA, SA importantes alterações organizativas e estratégicas que, a par da modificação das circunstâncias condicionantes, terão conduzido a empresa a uma situação não necessariamente identificável com as premissas deste estudo. Esse facto, poderá justificar uma significativa divergência entre as conclusões do mesmo e as acções em curso para o sector.
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