OGMA - AS CONTRADIÇÕES DUMA DÉCADA
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PERSPECTIVAS
Desde
há muito que se fala, a pretexto do orgulho nacional e duma economia de escala,
juntar a OGMA e a estrutura de manutenção da TAP, numa forma de aproveitamento
de sinergias existentes. É evidente que entre as duas organizações existem
muitas semelhanças e até redundâncias. No entanto, teremos que atender às
especificidades de cada uma daquelas organizações. Enquanto a OGMA tem
consolidado a sua experiência através de aeronaves ligeiras e militares (da
FAP), a TAP, por seu lado, tem consolidado a sua experiência em aeronaves de
grande porte (Boeing, Lockheed e Airbus).
Dos
últimos acontecimentos, em curso na TAP, é possível vislumbrar-se a separação
em pelo menos duas estruturas: de operação aérea e de manutenção. Se as
operações aéreas de transporte de passageiros deverão constituir a unidade
estratégica e fulcral de negócios da TAP, já a actividade de MRO,
exercida nos moldes actuais, poderá ser posta em
causa. A actual tendência para as transportadoras aéreas se concentrarem na
sua actividade nuclear, em detrimento de actividades secundárias que muitas
vezes não conseguem optimizar, leva a prevêr que o mesmo ocorrerá na TAP, inferindo-se
dessa conclusão, a inevitável alienação da sua estrutura de manutenção.
Sendo a TAP uma empresa pública, competirá ao Estado português promover essa
separação e orientar o seu futuro.
É
óbvio que a TAP deverá manter o nível de manutenção de linha para as suas
frotas, porém, a MRO profunda, apesar de continuar a dar resposta áquelas
frotas, deverá ser alienada. Detendo uma sobrecapacidade que deverá ser
rentabilizada na oferta a terceiros, aquela actividade deverá ser privatizada,
numa perspectiva de viabilização e continuação da mesma.
É,
nesta perspectiva, que as actividades separadas
de MRO da OGMA e da TAP, deverão ser
encaradas e equacionadas. Assim, o futuro da OGMA poderá entroncar-se, a médio
prazo, com o da estrutura de MRO da TAP, oriundo da previsível privatização desta,
numa só entidade. No entanto, diferentes interesses associados à dinâmica de
privatização da TAP, poderão ditar outras alternativas.
Uma possibilidade que não deveria ser descartada e, pelo contrário, deveria ser ponderada, é a tomada de interesse pela OGMA (ou pela entidade sucedânea da eventual fusão entre a OGMA e a estrutura de manutenção pesada da TAP) sobre pequenas empresas nacionais, dedicadas a pequenos nichos de MRO aeronáutica. Decorrendo na OGMA uma actividade de MRO, de fraca expressão, sobre produtos da aviação ligeira e sendo algumas dessas pequenas empresas primariamente vocacionadas para este segmento da MRO, a OGMA poderia desviar para aquelas todo o trabalho relacionado com a aviação ligeira (ou outra actividade que se justifique) e concentrar-se nos restantes aspectos (assumidos como estrategicamente mais interessantes e importantes), libertando meios para outros produtos e actividades e possibilitando aquela manutenção com menores custos fixos. (continua)
Agosto 1999
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NOTA
Desde a realização deste estudo (Agosto 1999) até à data actual, ocorreram na OGMA, SA importantes alterações organizativas e estratégicas que, a par da modificação das circunstâncias condicionantes, terão conduzido a empresa a uma situação não necessariamente identificável com as premissas deste estudo. Esse facto, poderá justificar uma significativa divergência entre as conclusões do mesmo e as acções em curso para o sector.
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