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TRANSPORTE (A 3ª de 30 importantes etapas) O transporte consiste no envio do(s) motor(es) para reparação na oficina especializada, dando origem ao início do contrato |
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Uma
vez acordadas as condições de realização do trabalho de manutenção dos
motores da empresa contratante, há que proceder ao seu envio do local onde estão
depositados até às instalações da empresa reparadora, onde serão submetidos
a acções de manutenção.
A
aviação comercial é extremamente sensível aos custos e prazos que envolvem
estas operações logísticas. A distância que separa os pontos de expedição
e recepção dos motores é muito importante no custo dessa operação e no
prazo de entrega, e pode ser determinante na selecção do reparador.
Normalmente,
os motores são transportados por camião desde o seu ponto de expedição até
ao centro reparador, no pressuposto de operações realizadas na Europa ou em
Portugal. No caso de motores oriundos dos EUA, Brasil, África ou do Oriente,
essas operações implicam que pelo menos um dos troços da viagem de realize de
avião ou por navio (raramente utilizado devido ao longo prazo de entrega).
Noutros casos, quando existe essa disponibilidade ou necessidade emergente, são
as próprias aeronaves que se deslocam aos centros reparadores (caso estes
possuam capacidade para operações aeroportuárias) e aí os motores são
removidos directamente da aeronave para a oficina.
O
recurso ao transporte dos motores por via aérea justifica-se, sempre que exista
grande urgência na reparação dos motores ou que a sua proveniência não
permita outras alternativas. Ainda assim, a movimentação de motores por via aérea,
sobretudo dos grandes motores, apresenta algumas restrições pois nem sempre os
aviões regulares de passageiros e alguns cargueiros possuem compartimento de
carga ou portas de acesso com volume e dimensões suficientes que permitam a
movimentação desses motores.
A
indústria nacional é, particularmente, desfavorecida na medida em que não
sendo nenhum dos aeroportos nacionais escalado regularmente por aviões
cargueiros (apenas escalam o nosso país quando especialmente fretados), obrigam
a que os motores transportados por esta via sejam direccionados para aeroportos
internacionais de grande tráfego de carga, como são os casos de Paris, Amestardão,
Bruxelas, etc., e sejam trazidos para Portugal por via terrestre. Esta restrição
implica uma dilatação do prazo de entrega (ida e volta) na ordem dos 8 dias de
calendário, que será sempre agravada se se tratar de motores oriundos do
continente americano.
Se
pensarmos que a tendência generalizada é de reduzir tanto quanto possível os
prazos de entrega para a ordem dos 30 a 45 dias de calendário, teremos de
convir que acrescentar mais 8 dias, devido ao transporte, torna-se inaceitável
para muitos operadores, a menos que possam existir outras vantagens
compensadoras.
Estes
custos envolvem todos os subcustos de frete de deslocação, de seguros, de
desalfandegamento (o que é comum para a indústria nacional se a proveniência
dos motores é exterior à UE) e demais taxas aduaneiras relacionadas com operações
de importação e exportação (ainda que temporárias). Em termos de preço
final do serviço de manutenção estes custos poderão oscilar entre os 5% e
10%.
Em
muitos casos estes custos são da responsabilidade da entidade contratante,
normalmente quando esta usufrui de vantagens que lhe advêm do seu tipo de operação
(caso de operador aéreo que beneficia de preços mais baixos no transporte ou
que tem em prática uma política de seguros mais favorável).
Noutras situações, o custo de transporte é "oferecido" pelas entidades contratadas, aquando da apresentação da sua proposta comercial. Obviamente que esta oferta é uma operação de cativação, pois correspondendo-lhe um custo este terá que ser transferido para o consumidor final. A estrutura global do preço final incluirá estes custos embora de forma não explícita. Trata-se efectivamente dum custo significativo.