Se pretende saber como se procede à manutenção de motores aeronáuticos, leia esta página.
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O custo da manutenção profunda de um motor aeronáutico pode atingir cerca de 80 mil contos |
Do valor final da factura relativa a uma reparação profunda, cerca de 60% a 80% corresponde a peças |
Uma reparação profunda pode demorar cerca de 45 a 60 dias úteis de trabalho |
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A
manutenção de produtos aeronáuticos realiza-se
em empresas reparadoras devidamente homologadas e autorizadas (certificadas)
pelas autoridades aeronáuticas jurisdicionais e de
conveniência. A autoridade aeronáutica jurisdicional é aquela que
superintende as operações aéreas e a manutenção, no país onde essa
entidade está sedeada ou opera. As autoridades aeronáuticas de conveniência são
aquelas que superintendem a manutenção das aeronaves registadas na sua área
de jurisdição mas que continuam a ser responsáveis pela forma como se
processa a manutenção de produtos aeronáuticos noutros países e que
posteriormente serão operados nos países de origem ou onde estão registadas
as aeronaves que equipam.
A
manutenção aeronáutica realiza-se em três níveis diferentes como se passa a
descrever.
A
Manutenção de Linha (na linguagem anglo-saxónica "Line
Maintenance") é a designação comercial à qual corresponde uma designação
militar de "1º Escalão" (na linguagem anglo-saxónica "Organizational
Level" ou "Level O"), corresponde às acções de manutenção
praticadas junto à aeronave no seu local de estacionamento, implicando apenas a
imobilização desta e algumas horas de trabalho. Normalmente, estas acções são
realizadas pelos técnicos do próprio operador. Nos casos de se tratar de
pequenos operadores proprietários de um reduzido número de aeronaves, este nível
de manutenção é requisitado a terceiros. Do ponto de vista das autoridades
aeronáuticas este nível de manutenção realiza-se segundo regulamentação
específica.
A
Manutenção Intermédia (na linguagem anglo-saxónica "Intermediate
Maintenance") é a designação comercial à qual corresponde uma designação
militar de "2º Escalão" (na linguagem anglo-saxónica
"Intermediate Level" ou "Level I"), corresponde às acções
de manutenção praticadas com recurso à imobilização das aeronaves em hangares
já que implica acções de inspecção e desmontagem com algum significado,
fazendo intervir ferramentas e equipamentos de apoio especiais. Normalmente,
estas acções são realizadas pelos técnicos do próprio operador. Nos casos
de se tratar de pequenos operadores proprietários de um reduzido número de
aeronaves, este nível de manutenção é requisitado a terceiros com a utilização
de hangares alugados. Do ponto de
vista das autoridades aeronáuticas este nível de manutenção realiza-se
segundo regulamentação específica.
A
Manutenção Profunda (na linguagem anglo-saxónica "Overhaul
Maintenance") é a designação comercial à qual corresponde uma designação
militar de "3º Escalão" (na linguagem anglo-saxónica "Depot
Level"), corresponde às acções de manutenção praticadas com recurso à
imobilização das aeronaves em hangares
já que implica acções de inspecção e desmontagem de vulto, obrigando, em
alguns casos, à desmontagem completa da aeronave e seus sistemas, fazendo
intervir um grande número de ferramentas, equipamentos de apoio especiais e
tecnologias e, sobretudo, implica um enorme investimento. Normalmente, estas acções
de manutenção são realizadas em oficinas reparadoras especializadas,
detentoras de grande capacidade e competência. Do ponto de vista das
autoridades aeronáuticas este nível de manutenção realiza-se segundo
regulamentação específica. O estatuto ao abrigo do qual estas entidades
realizam a sua actividade para terceiros é designado por FAR 145 para a FAA e
JAR 145 para a JAA, e designam-se, na linguagem anglo-saxónica por "Repair
Stations". A actividade de manutenção dos seus próprios meios é
regulamentada de modo diferente.
Pode
ainda considerar-se um 4º nível de manutenção, designado por “regeneração”
(em linguagem anlo-saxónica designado por “remanufacturing” ou
“rebuild”) a que corresponde uma designação militar de 4º escalão. Neste
nível, pressupõe-se a reparação através da reconstrução de partes dos
componentes e constitui, basicamente, a actividade de reparação de componentes
isolados.
Em
Portugal, apenas a TAP Air Portugal, em Lisboa e a OGMA, Indústria Aeronáutica
de Portugal, SA, em Alverca, são detentoras deste estatuto, para vários
produtos aeronáuticos, tais como: aeronaves, motores, aviónicos, componentes e
peças isoladas.
No
passado, a maioria das transportadoras aéreas nacionais (quase todas
intervencionadas pelos respectivos governos, daí a designação comum de
transportadoras de "bandeira") e, mais recentemente, as grandes
transportadoras privadas, realizavam a sua própria manutenção e detinham
capacidade excedente para realizarem manutenção para terceiros, com maior ou
menor capacidade segundo os diferentes níveis de intervenção e de acordo com
a regulamentação aeronáutica.
Com
a alteração das regras de acesso ao transporte aéreo e à atribuição de
rotas ("desregulamentação" como é conhecido este movimento), uma
boa parte dos sectores de manutenção destas transportadoras autonomizou-se e
constituem-se, hoje, como "Repair Stations" independentes, concorrendo
com as já existentes, aumentando ainda mais o peso da oferta de manutenção no
seu equilíbrio relativamente à procura.
Segue-se a lista sequencial das diferentes fases e etapas da manutenção de motores aeronáuticos. (A 1ª Fase cobre todos os trabalhos necessários realizar de modo a identificar as eventuais anomalias existentes. A 2ª Fase cobre os trabalhos de correcção das eventuais anomalias identificadas e ensaios finais para retorno do motor ao serviço).
1ª Fase |
2ª Fase |
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